30/03/2012
Lei Seca: blitz reforçada mesmo com decisão do STJ.
As operações contra quem insiste em beber e dirigir têm sido intensificadas desde o início do ano. De 1º de janeiro a 26 de março, 56.593 pessoas foram submetidas ao teste do bafômetro. Em igual período de 2011, foram 14.232 – aumento de quase 300%.
O major Joselito Sarmento de Oliveira Junior, do Comando de Policiamento de Trânsito da Capital (CPTran), responsável pela maioria das blitze em São Paulo, explica que o sistema “drive thru”, em que o motorista nem precisa estacionar o carro para soprar, tem agilizado os bloqueios. “Isso foi fundamental para aumentar o número de pessoas submetidas ao teste”, diz o oficial.
Segundo ele, o setor de inteligência também tem feito estudos sobre locais com mais incidência de casos para que a fiscalização permaneça nesses pontos. Regiões próximas a bares, restaurantes e casas noturnas continuam sendo o alvo principal, mesmo durante a Páscoa. Estão na mira bairros como Vila Madalena e Pinheiros, na zona oeste; Vila Olímpia e Itaim-Bibi, na zona sul; Tatuapé, na zona leste, e Santana, na zona norte.
No feriado prolongado, a polícia vai contar com o reforço, nas ruas, de parte do efetivo que trabalha no setor administrativo. As blitze começarão na noite de quarta-feira e irão até domingo.
Apesar de negar que exista uma “escolha” na hora de parar possíveis infratores, a PM explica que os homens ainda são os mais requisitados, respondendo por 76,6% dos avaliados. Já em relação aos motoristas flagrados dirigindo alcoolizados, para cada 10 multas aplicadas, 7 são sobre homens, de acordo com boletins de ocorrência da capital.
A CPTran possui, além dos bafômetros tradicionais, 86 equipamentos “passivos”, que detectam se o condutor bebeu, sem que ele precise assoprar um canudo. No entanto, o aparelho também não consegue fazer a medição sem que o motorista assopre.
Os avisos com endereços de blitze publicados no Twitter da Lei Seca são monitorados pela polícia, que eventualmente faz mudanças nos locais de fiscalização.
Na próxima semana, as operações irão atingir a marca de meio milhão de pessoas abordadas na capital. Segundo o capitão Sergio Marques, porta voz da PM, o dado se refere ao período que vai de 2009 – quando os bloqueios ganharam força – até agora.
CAMILLA HADDAD